sexta-feira, dezembro 15, 2006

Da qualidade de quem não têm outras.

Após diálogo de ânimos exaltados sobre tacos de sinuca com minha polonesa portátil, reparei que sempre que eu converso com alguém que não tem nada de especial pra contar, esse alguém tende a me achar um “playboyzinho-contador-de-vantagem”. Alguns alegam ser falta de humildade.

Imagine que você finalmente obteve seu suado diploma em veterinária espacial, na faculdade mais importante da Indonésia e vá contar essa novidade para o garçom mexicano que trabalha em um barzinho que costuma ficar cheio na sexta feira. Provavelmente ele vai pensar, ou até mesmo falar, que você é um filhinho de papai, esnobe e claro, que não tem humildade, sem nem conhecer você, conhecer seu pai, quem você está pegando nem qual foi o seu recorde de balas-chita chupadas durante um único filme.


Vaca com Desinteria, dando um role esperto pela galáxia.


Pô, ser humilde é diferente de não saber nada-de-nada, ser pobre e ser feio. Tem gente que faz virar um direito e quase dever o ato de ser humilde. Ultimamente andam até fazendo associações entre humildade e futilidade.

Embora eu concorde e ache brilhante quem disse que a humildade é uma qualidade de quem não têm outras, acho que é uma questão muito mais complexa e que toca direto no psicológico das pessoas mais desprovidas de experiências interessantes pra contar. Talvez todos esses humildes complexados, tenham vindo em uma história de repressão lá da idade média, em um navio sujo, mas não tive paciência suficiente pra pesquisar.


Exemplo de pessoa “não-humilde”. Repare bem e talvez você consiga perceber como ele é cheio de dinheiro e possui vários frutos para vender e conseqüentemente ter mais dinheiro. Maldito!


Portanto, lembrando tempos de outrora, só me resta dizer que quando eu nasci eu era um perfeito humilde! Desdentado, careca, sem roupa e não sabia nem passar uma cantada ridícula na enfermeira.