quinta-feira, agosto 10, 2006

De quando “peguei” a mulher do Valério.

Ainda fico muito incomodado quando me lembro do processo para descobrir a paternidade do filho de Valério (sim, aquele carequinha malvado). Não que eu trabalhe fazendo exames de D.N.A., mas o problema, é que eu fui pego na cama com a mulher dele, mas esse ainda não é o ponto principal, a treta realmente começou quando Valério começou a perceber que seu primeiro filho, não tinha puxado em nada – realmente nada, nem mesmo uma leve semelhança - suas características físicas.


Vai lá filhão, agora toca Hendrix pra moçada.


Logo que a situação começou a esquentar, a mulher extremamente fiel de Vavá - ora, Vavá e eu éramos íntimos - deu com a língua nos dentes e acabou soltando meu nome na história, o que me rendeu um curto e rápido depoimento no conselho de guarda tutelar. Mas essa parte apesar de desagradável, foi facílima de passar, pois, como já tinha sido aconselhado por meu advogado e cozinheiro – senhor Otahawa Kyoko, que, sendo judeu, vietnamita e levemente crioulo nem precisou fazer vestibular, já foi levado direto ao quinto período de direito – tudo ia ficar bem se eu dissesse coisas absurdas e obviamente, sinceras.

Quando cheguei de frente ao oficial de justiça, exibiram uma fita gravada pela segurança da casa de Vavá, onde a mulher do carequinha fazia acrobacias na cama, acompanhada por um homem que tinha o meu mesmo porte físico, o mesmo corte de cabelo e a mesma tatuagem que é idêntica à pintura do teto da capela sistina, nas costas, assinada pessoalmente por Michelangelo, meu amigo desde criança na Itália. Fui interrogado sobre as cenas da fita, e eu inspirado por situações de cpi’s que andam exibindo na televisão, respondi: “Não tenho conhecimento de nada disso, não sei quem é aquele homem na fita, por sinal parece ser um cara suuuper legal e acho um desrespeito me chamarem aqui pra coisa tão absurda!”. Logo quando respondido, me pediram mil desculpas, passaram a mão na minha cabeça e me mandaram embora, todos chocadíssimos por terem desconfiado de um homem tão inocente e puro, como eu.


Tattoo by Michelangelo.


Em toda minha grandiosa vida, nunca tive experiência tão prazerosa quanto essa. Pô, pegar a mulher de um corrupto é bom demais. Enquanto Vavá estava fora gastando nosso dinheiro, eu estava ali plantando vastos chifres em sua luminosa careca, magnífico.